quarta-feira, 7 de abril de 2004

- Pais e filhos -

    Não sei como é na sua casa, caro leitor, mas aqui eu me sinto como uma gota de azeite em um balde de água.
    Sabe? Eu possuo alguns péssimos hábitos, por exemplo: gostar de assistir séries de TV justamente quando todos estão em casa. Bom, aí você deve estar se perguntando o que tem de péssimo nisso. O péssimo reside no fato de eu não possuir uma TV só para mim, no meu quarto.
    As razões para isso são longas, e digamos que em parte eu fui abrindo mão disso porque na época certa eu dava prioridade a coisas erradas e vice-versa. Mas isso é papo para ficar na pilha de assuntos futuros do blog.
    Continuando... Aqui em casa reina o egocentrismo. É impressionante. Qualquer dia desses convido uns antropólogos e psiquiatras (talvez alguns veterinários) do National Geographic ou canal semelhante para fazer-nos uma visitinha. Exceto eu, as pessoas aqui definitivamente não conseguem respeitar o espaço dos outros. Um exemplo claro disso foi hoje. Estavam meu pai e eu vendo TV na sala, quando minha irmã e minha mãe entram em uma acirrada discussão a plenos pulmões sobre... acreditem, quais bombons serão dados a tais e tais vizinhos do prédio. Dentro de alguns instantes, meu pai é solicitado a dar sua opinião e é sugado pela discussão das duas. Imagina a cena? Eu e minha cara de puto, tentando ouvir a *&%$#@ do programa mas só conseguia distinguir na conversa, e muito de vez em quando, o nome de algum vizinho (às vezes a qualidade ou defeito) ou a marca de algum bombom.
    O cúmulo foi que depois de algum tempo de discussão, volta meu pai ao lugar originalmente ocupado por ele no sofá e como se houvessem passado apenas alguns segundos me pergunta o que foi que aconteceu. Assim: - "Quem foi o assassino?"
    Eu não podia deixar passar essa e respondi: - "O filho. Claro."

Deus, faça-me o favor! Que freak show é esse?

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