domingo, 25 de abril de 2004

- Inocência -

  Quero sentar e chorar
  Ver os olhos túrgidos regar a minha mão
  Que o tempo fluido se esvaia entres os dedos
  E me abandone na solidão

  Venho sentir o escuro esfriar meu corpo
  As sombras invadirem minha alma
  E inseminar de medo o meu rosto

  Varre de mim a solene gota de esperança
  Retenha o vazio pleno
  Exijo expulsar de mim a criança
  Que me fez crescer rebento

  Ah, lágrima morna... Escorra!
  Fuja desse fervilhão de emoções
  Deixe-me só na tortura

  Meu pranto cessará quando seco
  Então me afogarei em amarguras
  Serei um mármore, livre de mágoas
  Cicatrizando minha vida turva

  Repousarei só na quietude
  Serei uma sombra passada
  Incorporo a vontade sem atitude

  De herança lúcida deixaria tanto
  Saudades ilustres, pesadelos descritos
  Num diário de ricas folhas em branco
  Lembranças, momentos nunca vividos

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