domingo, 1 de maio de 2005

- Sabedorias do espelho -

    Acho que não consigo confiar meus sentimentos à mais ninguém. Não que exista alguém a quem confiá-los agora, até porque nem sei se os sentimentos aos quais me refiro ainda existem. Mas ultimamente tenho sentido que dificilmente serei capaz de confiar numa garota sem ter medo do que vai acontecer depois de eu expor o que sinto. Sei que arriscar é preciso, mas já arrisquei tanto e por tantas vezes me dei mal. Não sei se quero correr o risco novamente.
    E está me ocorrendo há pouco tempo que talvez isso explique o meu comportamento dos últimos meses de total isolamento. Praticamente, só saio de casa para resolver compromissos obrigatórios, e praticamente nunca, exceto para manter as amizades antigas, saio para uma vida social.
    Parece que me expor, é estar propenso a sentir as tentações da vida e acabar me apaixonando de novo por aí. Ficar louco com a febre de uma paixão epidêmica e sair me declarando para qualquer uma Sersi que sorria ou seja simpática. Só até a fria lâmina da realidade partir meus hemisférios e me deixar tentando colar as partes sozinho.
    Realmente, não acho que estou mais propenso a sair da toca e ficar correndo riscos. Parece, até agora, muito confortável a situação de não ter que ficar sentindo saudades, medos e incertezas sobre alguém. Tem estado muito bom saber que a programação da TV a cabo continua razoavelmente interessante para me manter em casa e ficar cada dia mais impressionado com a eficiência dos Correios entregando todo o tipo de satisfação pessoal que meu cartão de crédito pode conseguir.
    A não ser que a agulha de minha bússola volte a apontar pra outro lugar que não meu sofá, estarei muito bem aqui mesmo de onde digito este post. E muito obrigado por perguntar.

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